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Brasília, 02 de julho de 2013 – Montevidéu, o nome desta bela cidade, capital mais austral da América, tem origem controversa. Há quem defenda que seu nome surgiu do registro do contramestre Francisco de Albo, da expedição de Fernão de Magalhães, quando, em 1520, documentou que teria avistado primeiro o monte à boreste da nau que adentrava a foz do Rio da Prata, indicando que aquele “Monte vi eu”. Outra teoria indica que havia nas documentações da época do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, havia a indicação de um monte, o sexto de leste para oeste (Monte VI de Este a Oeste), que viria a ser o local da capital do Uruguai [1,2]. Dentre outras, estas duas mais constatadas e contadas teorias apontam para um batismo do local,  sempre ligado a navegação. Assim  Montevidéu teve forte influência de seus países vizinhos, não apenas no seus nome.

Alheio aos detalhes da etimologia do nome da cidade, eu também lá estive e lá vi. Em recente viagem à capital administrativa do Mercosul, no início de maio, tive o prazer de conhecer esta bela cidade e semear boas amizades com este admirados vizinhos e outros que lá encontrei. Montevidéu, com seus prédios imponentes não esconde sua origem e vocação histórica para o comércio, finanças e relacionamento internacional. Imagem

Em um agradável passeio numa tarde noite de uma quarta-feira pelo seu centro histórico, que muito me lembrou centros históricos brasileiros, encontramos um porto, ali, ativo, com traços de um senhor que já foi o centro comercial-financeiro da cidade. No porto, encontramos o velho e o novo partilhando o mesmo espaço.

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Curioso, não poderia estar em melhor lugar para pesquisar o porquê do “Oriental” na Republica Oriental del Uruguay, como registrado na secular imponente sede do Banco de La Republica.

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Inquiri a uma simpática uruguaia que por ali passava:

– ¿Por qué tenemos un O en el nombre del Banco Nacional de la República O. Uruguay?

“O” es sinónimo de “Oriental”. Somos la República Oriental del Uruguay, me explicou com paciência.

¿Pero, Uruguay es oriental en relación a qué?

– ¿?¿?¿? No lo sé.

¿Sería en relación con el río? O Uruguai está ao leste do Rio Uruguai, pensei. ¿Uruguay se encuentra al este del río, sería eso?

Es posible.

Significa que se hay una “Uruguay Oriental” puede haber un “Ociedental Uruguay”. ¿Por lo tanto, los argentinos deben tener cuidado?

– No, no! No queremos nada con Argentinos!

Bom, há aqui também uma rivalidade histórica! Resolvi não avançar com a pesquisa.

Não poderíamos deixar de seguir as recomendações, fomos conhecer o famoso mercado histórico da cidade. Que delícia, uma espécie de mercado municipal, como temos em São Paulo, como vemos também em Curitiba, Fortaleza e Brasília ou o Mercado Modelo na Bahia. Um paraíso para quem, com fome,  gostaria de saborear a apetitosa culinária uruguaia.

Como a fome não vinha, exploramos o mercado, aproveitando para puxar bons papos com os simpáticos uruguaios, o que não é difícil. Chegando no Cabaña Verónica, o garçom queria saber de que lugar éramos do Brasil:

– ¿De la Bahia? Tierra de mi Ypiranga.

– No creo que sea Ypiranga! Pero este era el equipo de mi abuelo, y ya no existe.

Claro que hay, y disputa la segunda división del campeonato de la region. Para demostrar lo que digo, mira lo que tengo.

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Não acreditei! Depois vi que ele tinha camisas de grandes times do Brasil.

Cheguei curioso por conhecer a capital do Uruguai e sai impressionado. É uma bela cidade, aberta para o mundo. A vocação do Uruguai, que nasceu com patrocínio inglês para resolver uma questão entre Argentina e Brasil, é para o comércio e relações internacionais. Não é por menos que, chegando no aeroporto de Carrasco, encontramos bem grande “Uruguay, bienvenido al mundo.

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Sai de Montevidéu muito bem impressionando, não apenas com a simpatia do seu povo, mas principalmente pela sabedoria e escolha em ser uma nação que investe tudo nas pacíficas relações internacionais. Uma escolha que coloca o país como uma força da diplomacia latino americana. Parabéns, Uruguai!

Referências:

  1. Javier Meneses Silva. “Reseña histórica y datos varios”. tacuy.com.uy (in Spanish). Retrieved 17 November 2009.
  2. Laura Caorsi. “El sexto monte”. laverdad.es (in Spanish). Retrieved 17 November 2009.